Bamidbar – No deserto, palavra que tambem traz outros significados:
lebadér = coisas
davár = palava, algo (objeto)
déber = peste
deboráh = abelha
midbár = deserto
dibrót = mandamentos



É de pensarmos que a idéia de entrar no deserto é a idéia de entrar na palavra...mas que palavra é esta? Somos códigos, tudo foi criado com a palavra de D´us, a palavra sai da Boca, e as palavras mal ditas (lashon hara) empregam marcas de pecado em nossos rostos, como o Zohar fala ( no capitulo Nassô, próximo que vamos estudar!).

Para o Zohar a Tora foi concebida através do FOGO, AGUA e DESERTO.
 Fogo e água constroem a palavra Shamaim (céus), e Deserto  com certeza é o elemento AR.
Fogo é a letra  Shin, Água a letra Mem e deserto o Ar, alef.. que nos remete as seguintes idéias: alef é a letra do silencio, da unidade. O deserto nos remete a receptividade e isolamento, para receber D´us, a idéia, pois o elemento AR rege a palavra, a mente, a comunicação.

A contagem que encontramos neste capitulo provoca a elevação organizada, traz um propósito, na verdade tira do caos. É só pensar na vida quando estamos desorganizadas, sem direção, tomadas pela insegurança, duvida, incerteza!!! Quando nos organizamos internamente conseguimos voltar ao eixo, aos trilhos e cumprir a nossa missão!
Deserto e Sinais são as condições para a elevação. O Sinai é a entrega e o deserto o isolamento, isolamento do barulho!
O lapidar é a separação que o povo precisa fazer, anulando os detalhes indesejáveis, que o mundo físico traz.. Revertendo valores egoístas e descobrir a verdadeira essência terrenal.

A distribuição das tribos em 3 grupos, formando uma cruz.... cada um numa parte  na volta do tabernáculo, monta uma estrutura,  que nos remete a letra vav – letra de conexão, ligação, conversão. É o vav que sendo a letra de numero 6 nos remete as 6 direções da criação, a idéia maior de que pertencemos a um tempo e espaço, cada uma de nós vive num tempo e espaço, é a tua realidade, que está ligada as 6 direções. E esta é a tua casa (Bait).
O vav é o Zeir Anpin ( 6 sefirot emocionais – que temos que corrigir), é aqui que fazemos a ligação com algo maior. O Zohar diz que o vav é a Arvore da vida.
E nós estamos intoxicadas da arvore da morte ( conhecimento do bem e do mal). Aqui estamos fragmentadas, vivemos na dualidade, em conflitos, duvidas, medos e etc.....
As 6 direções nos colocam em contato com a carruagem de cada patriarca. O mundo foi fundamentado com cada patriarca até Jacó que trouxe as 12 tribos, no Egito tivemos os 70 sábios e depois  na contagem...estes números vão aumentando.....

A contagem é considerada uma bendição, e ela é feita em voz alta... assim como as benção devem ser ditas em voz alta, pois ressalta a energia da sefira HOD, que esta situada a esquerda da arvore da vida. Com a voz você fala palavras de  luz, misericórdia, então liga a coluna da esquerda com a direita, equilibrando as energias.

A distribuição das tribos segue o modelo celestial, são conhecidas como as 12 tribos de YH, que significa que são os testemunhos de israel.
YH é um nome de D´us – YUD e HEH, yud: masculino, Heh é feminino.

A cruz tem YH no seu centro, e YH é a ligação entre macho e fêmea, rei e rainha, em cada ponta um arcanjo, um  grupo de 3 das tribos. Cada tribo tem uma letra do nome de D´us, do Tetragrama.

Para receber a força de YH, força de criação e fertilidade, necessito da arvore da vida (Vav) e de deserto (Heh).


Existem Impulsos que nos levam a transcender os limites – tempo, espaço e a superação da morte.  Nossas decisões estão baseadas no Bem x Mal, Verdadeiro x Falso.
Todos os impulsos que temos vem de informações que recebemos pelos sentidos. A entrada no deserto nos traz a capacidade de refinar nosso funcionamento. Refinar a forma, a cor, gosto, os aromas... tudo que nos chega.
Nossas decisões vem através do que acreditamos e sentimos. Para mudar é preciso mudar a tua realidade, ir para outro NIVEL. Aprender a sair do impulso e entrar nas resoluções não imediatas, na digestão, na capacidade de entrar no subjetivo, abstrato e simbólico.

Participamos do mundo físico e temos a capacidade de transcender a natureza e de modifica-la – internamente ou externamente.
Entrar para dentro é abrir o espaço para a alma, e ela tem um potencial infinito, de uma outra dimensão. Para a alma não existe imposição, é preciso na vida ajustar um ponto onde encontramos equilíbrio. Ocorrendo imposição temos o egoísmo.

O estudo, a meditação e reflexão nos colocam em outro nível.

Toda a criação  - de D´us ou nossa ( que também é de D´us) – é um processo temporal-espacial = assim a alma toma consciência de sua identidade e origem. Que espaço que tu ocupa.. tu??!! E não os outros, o olhar dos outros....
E assim o deserto é o itinerário da alma para que ela alcance um nível superior.
È necessário pensar alem do agora dos impulsos, mas ver a continuidade do movimento de preenchimento e esvaziamento, unificar cada parte, a terra com o povo, o povo com D´us e assim tudo coma  Tora. E assim teremos a consciência do Kadosh Baruch Hu.

E nesta consciência adentramos uma semana que subimos ao monte Sinai e recebemos uma enorme quantidade de luz, sob a energia do mês de SIVAN, mês de gêmeos, onde necessitamos vencer a dualidade, a separação, somos Gêmeos de D´us. E assim ligar o céu a terra e a terra ao céu. Esta na hora de construir a unidade, ter domínio da palavra, das idéias. Saímos do impulso do signo de Áries e Touro, agora estamos sob a energia humana.

Alma e corpo em Gêmeos são irmãos.

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