Entre A páscoa (Pessach) a libertação e a revelação existe uma ponte, um VAV, uma letra – a contagem do omer.
Entre o seio materno e a dependência de uma vida ligada e identificada com outra e o momento do despertar do Eu, da individualidade.
O salto que fazemos em Pessach é com a vara do Vav, cajado que nos ajuda a percorrer todo este caminho de 49 dias.
Acordar nosso eu, nossa aceitação, caminhar para ser devolvidos a si mesmos., no corte com o que é externo e a construção do interno.

Quem nos tira do Egito, da mãe é o Pai, D´us. Avinu Malkeinu, Pai desta terra, do Reino.E a mãe deve ficar sozinha, na falta, para buscar ser fecunda por este pai.
É preciso desocupar o lugar!
Libertar-se.
Nascer – renascer desta terra.
No fundo o Pessach nos conta um a história já contada por Abraão, Lech Lechá, “vai te de tua terra” , “ Vai de encontro a Ti”.
Vai te conhecer, vai te limpar das influencias, vai sem pressa, mas vai.

A ponte da contagem, que é a sefira Omer, junto com o Vav que liga mundos, liga o não ser com o ser.
Vai ser tu mesmo, sem ligação, sem identificação. Sem te tornar o outro, mas construindo o teu Eu.

A sabedoria da vida é descobrir o jogo da balança entre a dinâmica do eu e do eu e o outro. Durante 6 meses surgimos e andamos com o impulso do inicio do ciclo, regido pelo Áries, depois, nos encontramos com o ano novo (Rosh hashana) em libra, que nos coloca diretamente no casamento. Não somos completos senão estivermos com o Outro.
Você recebe (Eu) para compartilhar (Outro). E a vida é a busca da harmonia entre um e outro.
Nossa experiência espiritual não é solitária, mas coletiva, falamos sempre de um povo e não de uma pessoa só.

A ponte nos leva de Pessach a Shavuot, de Áries ao signo de Gêmeos, evoluímos por aprender a ver o outro como um irmão, uma alma que anda junto, tem as mesmas buscas. Mas na ponte nos preparamos, conscientizamos de nosso egoimos, aprendemos a dominá-lo, abrindo o espaço para que outra pessoa possa existir. Dominamos o Medo de perder o eu.
A ponte do Vav nos ajuda a obter o espaço para deixar chegar um outro.

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