Fome de comida x Fome de Shabat



Somos uma geração que carrega bagagens e bagagens de sofrimentos...voce já se perguntou o por que?
Somos donos de um livre sentimento – a falta e o desejo!
Mas aqui paramos, encarnamos e não sabemos muito bem o que fazer com estes dois aspectos que estão dentro de nós. Falta e desejo trazem Fome, uma fome de consumo, de ter, de colocar para dentro, sentir-se preenchidos... o impulso é tao grande, que enfiamos, compramos qualquer coisa, quem nos domina?
Nosso impulso que deriva da falta e desejo!
Estamos, como que vendados nesta vida, vivendo numa grande escuridão, nos movendo lá sei eu pra onde!?
Somos famintos, mas quem domina é o impulso que vem da consciência mais infantil, chamada de Nefesh. Contamina pela serpente a nefesh apenas quer, deseja! Como ela a base de nosso ser, pois nela estão os impulsos de sobrevivência, necessitamos transforma-la, para acordar outros níveis de nossa alma, evoluirmos.
A nefesh tem fome, tem faltas e no comando da vida, devora tudo em sua frente, busca satisfazer suas carências, mas nunca atinge a causa, a raiz da falta, logo, nunca se satisfaz, mergulha em angustias, confunde o bem com o mal e o mal com o bem, vive em seus impulsos e confusões, sem consciência estabelece relações com a vida se submetendo a culpas e julgamentos, constrói caminhos de auto destruição, por que só vê o imediato, vive o imediatismo, mas não olha para frente, não constrói. Escrava da aparência, fica a cada dia mais longe de si mesma.
Mas que fome é esta? Que foge daquilo que realmente iria satisfazer. Há fomes mais elevadas, fomes mais sutis, espirituais. Fome da alma, da essência que se é.
No comando da Nefesh fugimos de nós mesmos, deixamos de nos perceber, ouvir e seguir o coração, por que estamos envolvidos em julgamentos e baixa alto estima. Não temos coragem de nos encarar.
Há uma fome maior, que é a fome de alma, fome de shabat, lugar onde podemos recuperar a nossa essência, lugar, que é um tempo, Templo, onde nos reencontramos.
Na fome da Nefesh mais do que nos alimentamos, nos alienamos de nossas angustias que são domadas com boas doses de sal ou açúcar!
Há que haver espaço para o silêncio interior. Há que haver espaço para a oração que vem do coração, há que recuperar o lúdico, a fantasia, a criação que a alma traz.

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