PARE DE JULGAR

Para a Kabbalah Julgar é um ato de contração, possui uma energia destina ao rigor, trazida da coluna da esquerda, vinda de Guevurah.


Existe na Kabbalah uma estrutura invisível, conhecida como Arvore da Vida, esta é um fluxograma das energias divinas de criação. Nela temos o modelo energético espiritual, mental, emocional e físico da estrutura de tudo que existe visível e invisível. Dentro desta estrutura temos as colunas e as vasilhas que recebem o fluxo Divino, as sefirot. A coluna da esquerda representa a corporificação de tudo, o rigor, contração, a carga de energia negativa, a atração, o feminino, e nela encontramos a sefirá Guevura (Força).

Guevura é a força que necessitamos para a batalha, para dar limites, para dizer não a nós e aos outros, também é a energia que recai sobre nós. É o julgamento, tão necessário que devemos aprender a fazer, para separar o joio do trigo, mas quando vivida com desequilíbrio gera muito rigor, contração, negatividade e julgamento.

Mas quem não julga? Todos nós julgamos a nós mesmos e aos outros o tempo todo. Nossos olhos se voltam para qualquer imagem e estão sempre julgando, separando se aquilo é bom ou ruim, se é bonito ou feio. Estamos sempre olhando para o de fora, avaliando e comparando, sempre percebendo que os outros estão nos julgando.



Fazemos favores para as pessoas e eles não nos recompensam, nos olham com cara feia. E tudo isto só faz crescer dentro da gente muita raiva.

Acabamos por julgar todas as pessoas envolvidas nestas situações. Acumulamos muita energia negativa e explodimos farpas para todos os lados.

As pessoas nem sempre falam ou agem como nós desejamos. Como resultado disto, às vezes nos sentimos impelidos a embarcar por uma estrada tomada de raiva ou decepção (aish).

Julgamento é uma energia produzida pela consciência do corpo, a nefesh, através dela julgamos para nos defender, para ganhar mais espaço, para no fundo sermos aceitos, sermos existentes.

O Rabi Israel Baal Shem Tov explica que na corte celestial uma pessoa é julgada por suas próprias palavras e julgamento. Por exemplo, se uma pessoa falou mal de outra, ainda assim ela não pode ser julgada e punida por esta ação negativa. Mas se chegar o momento em que esta pessoa veja uma outra pessoa falando mal de uma terceira e a julga, então essas palavras de julgamento são usadas em seu próprio julgamento. Uma vez que ela tenha julgado uma outra pessoa, ela própria é julgada pelo mesmo tipo de falha. Infelizmente, ao continuar julgando os outros em diversas circunstâncias, adicionamos itens às áreas em que poderemos ser julgados. Que assustador! (CEC)

A energia do julgamento nos coloca na prisão da força do desejo de querer para si, atrai as cascas e o pão da vergonha, de uma forma geral foi o pão da vergonha que trousse esta energia. Pois quanto mais julgamos mais longe estamos da luz e menos merecedores nos consideramos desta luz. Ficamos longe da dimensão positiva (compaixão – perdão de chesed)





Julgar é uma função necessária, e nos remete ao 6° mês, Elul, quando necessitamos de auto analise, para trazer à consciência aquilo que está nos atrapalhando, o julgar a semente boa da ruim, é um processo necessário e positivo, mas seu excesso cria aberturas para a negatividade, por isto encontramos na Torá: "Você deve julgar seu semelhante de forma justa."

“Diz-se que no Templo Sagrado havia um espelho no qual a espiritualidade da pessoa podia ser vista. Hoje, sendo que o Templo Sagrado não existe, cada pessoa é um espelho para as outras. Aquilo que você vê em outras pessoas na verdade existe dentro de você.”

Quando você julga alguma coisa que não gosta em outra pessoa, na verdade está evidenciando seus próprios pontos negativos!

Quando muito conectados com esta energia precisamos despertar dentro de nós a limpeza, o perdão. O julgamento pode se tornar atitude! Humildade e paciência nos trazem o discernimento e isto nos liga à coluna da direita. O julgamento negativo é quando vem dominado pela raiva, pelo rancor, amargura. O julgamento gera atitudes reativas de vingança, fofocas e mais julgamentos. Estamos nos envenenando!

Toda vez que um julgamento invadir sua mente sobre alguma outra pessoa, pergunte a si mesmo: "O que a Luz está me mostrando a respeito de mim mesmo agora?" Fazer a pergunta lhe conduzirá à sua resposta. Uma vez tendo visto as suas próprias falhas, você imediatamente sentirá mais misericórdia em relação à outra pessoa - e a si mesmo.

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