Qual a tradição de
Purim?
Ler a historia,
chamada de Meguila de Esther. E antes da leitura devemos rezar:
"Harajaman Hu Yaase Lanu Nisim
Veniflaot Kemo Sheasa Laavotenu Bayamim Hahem Bezman Haze, Bime Mordajai....
(O D's clemente nos fala de milagres e maravilhas que fez a nossos antepassados
em nossos dias, nesta festa, no tempo de Mordechai...)”
Lê-se também o Salmo
128 e no dia 24 o Jejum.
Purim possui uma festa considerada como um
Carnaval (Baile de Mascarás).
A palavra significa
Sorteio.
Purim deriva de PRU
= frutificai e multiplicai, pru significa fértil, mas também indica Pirumim,
migalhas
A historia da Rainha fala em detalhes sobre a doação
de presentes e caridade, traz segredos de como vencer o mal, as energias de
aniquilamento. Para a Kabbalah isto é um código de como nos conectarmos com a
energia do momento e destruir todo o mal que nos acompanha, assim é costume
fazermos neste dia caridade, damos presentes, fazemos coisas boas para
pessoas necessitadas e/ou amigos, para alegra-los. O importante é lembrarmos
que toda e qualquer caridade ou presente deve ser dado de coração e recebido
com desejo.
Quando damos algo e aquele que recebe acha que não
merece ou se sente mal, entramos em contato com o pão da vergonha, e com isto,
não revelamos luz! Assim é o que ocorre com a gente, desejamos algo, e ao ter
perdemos, ou não conseguimos conquistar algo, isto por que o Pão da Vergonha
esta ali. O não merecimento.
Neste período podemos combater este obstáculo que nos
impede de sermos felizes.
Existem três obrigações em Purim, ler a Meguilá, fazer
caridade e ter alegria.
A festa de Purim, tamanha é a energia que nos chega
que ela é conhecida como a festa da Alegria, do riso. Diz-se que ela é a festa
do corpo, enquanto Yom KiPurim (dia do Perdão) é a festa da alma!
Este é o mês do riso. “Antes do milagre de Purim D'us escondeu sua face” – o nome de D'us não
aparece no livro de Esther. Esconder a verdadeira identidade, ser outra,
revelar-se através da essência. É a percepção entre o Eu e o Ego. Dizem os sábios
por causa disto: Bebe-se em Purim até o ponto de não saber mais diferenciar
entre o bem e o mal, entre o Ego e o Self
(corpo e alma).
Em Purim estamos levando nossa consciência para os
nossos desejos físicos, para tudo que esta na memória física, um outro eu, que
atua em nossa vida sem nos darmos conta. Em Purim, nos soltamos de nossos
medos, culpas, magoas e desconfianças, por isto, bebemos até não conseguirmos
diferenciar e nos soltar destas amarras que nos sufocam.
Purim é quando o Eterno nos dá, ou
mostra o que está para acontecer, como diz à frase:
"Eterno antecipa o remédio da
enfermidade”, pois abrem as possibilidades que o mal/corpo/desvios não
deixavam.
Conforma a tradição
nos conta, Moshe instituiu este dia como um dia de invocação e ajuda de
D’us para a salvação.
Mas que salvação? Haman, bandido da
historia é como Amalek, personagem da Torá, eles representam os arquétipos do
mal, representam toda e qualquer energia que nos deseja aniquilar. A duvida, os
conflitos, a fragmentação interna, toda e qualquer energia que nos coloca em conflito,
cheios de raiva, vingança, medo, culpa, que nos tira de nossas verdadeiras
crenças, quando trocamos ou ficamos inseguros de nossa identidade ou essência
espiritual, e assim, ficamos expostos ao perigo de Amalek/Haman (diríamos que
são códigos para o que Jung chama de Complexos).
“ Caso te sintas angustiado, precisas saber que este
sentimento não nasce em ti, ele te chega do exterior, ele te é comunicado por
amalec, um enganador...Então lembra-te da lição de Purim: Obriga-te a estar
contente apesar da situação e verás a
muralha da tua angústia ruir como uma miragem...” Rebe Nachman de Breslav
Assim veremos que estes tiranos são apenas enviados da
mão de D'us (Providência Divina), para nos lembrar de nossas obrigações e de
nossa ligação com Ele.
Purim é um ritual de transformação,
onde passamos a ocupar uma outra identidade, a mascara pode ser encarada como
uma forma de chegarmos mais próximo de outras facetas nossas, reconhecer outras
faces do ego, ou simplesmente ele serve como uma proteção da luz divina, ou
ainda, a mácara tem a função de nos esconder, isto porque, em Purim bebemos ate
não mais diferenciar Mordechai ou Haman, bem, quem é Haman, ou Mordechai, podem
ser uma só pessoa??? Podem representar nós mesmos, abençoados e amaldiçoados.
Chag
Sameach – Feliz Festa!
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